Em anúncios publicados nos jornalões paulistas de 8 de Novembro, a Universidade Bandeirante (Uniban) anuncia que decidiu expulsar a aluna Geisy Arruda.
segunda-feira, 9 de novembro de 2009
UJS repudia o ato da Universidade de Bandeirantes
Em anúncios publicados nos jornalões paulistas de 8 de Novembro, a Universidade Bandeirante (Uniban) anuncia que decidiu expulsar a aluna Geisy Arruda.
Juventudes Políticas e Partidárias para aprofundar os avanços em 2010
Retrato maior dessa posição foi o ato político que encerrou a atividade, que contou com a participação de Ricardo Berzoini (PT), Renato Rabelo (PCdoB), Ciro Gomes (PSB), Sergio Rubens (PPL), além de representantes das outras siglas. Todos saudaram a iniciativa das entidades juvenis, ressaltando a maturidade política de se juntarem para construir uma plataforma com vistas à eleição, e concluíram que o esforço de partidos de centro-esquerda e movimentos populares deve ser mobilizar o Brasil para aprofundar o ciclo político aberto a partir de 2002.
Para Severine Macedo, secretária de juventude do PT, o Seminário foi um "momento importante para dialogar sobre problemas comuns da juventude e formular uma plataforma organizada", capaz de unir as diversas pautas específicas. "A atuação nos partidos e movimentos da juventude é muito importante e devemos cada vez mais disputar espaços de poder. Uma reforma política é extremamente necessária para mudar o sistema de poder e dar mais oportunidade para a juventude disputar tais espaços", analisou.
Segundo Marcelo Gavião, presidente nacional da União da Juventude Socialista, o evento ajuda a consolidar os aspectos que unificam a juventude e prepara o setor para contribuir na disputa eleitoral. "Esse seminário mostra o potencial de intervenção política e organização das juventudes políticas e partidárias. Um dos segredos para a vitória no próximo período está em construir um amplo campo político para enfretar a batalha decisiva de 2010", disse.
Em sua exposição durante o Seminário, Pedro Campos, coordenador nacional da Juventude Pátria Livre, lembrou os prejuízos causados à nação durante os governos neoliberais, como as privatizações, e apontou que para executar um projeto de desenvolvimento é preciso ter forte indução do Estado em projetos de infraestrutura e que é preciso direcionar a ação do BNDES para esse desafio.
Desenvolvimento nacional no centro da pauta
Um dos legados que governo Lula deixará está na recuperação da capacidade de planejamento e intervenção do Estado nos grandes temas nacionais. É o que se apreende das opiniões de Antônio Lambertucci, secretário executivo da Secretaria Geral da Presidência da República, e de Haroldo Lima, diretor geral da Agência Nacional do Petróleo, expostas na mesa de debate “Desenvolvimento Sustentável no Brasil para um novo tempo”.
“O que seria do Brasil se BNDES, Banco do Brasil, Caixa, Petrobrás hoje fossem privados? Bancos privados tiraram crédito na época da crise. A contratação de servidores públicos é criticada pela oposição e pela mídia, mas o que o governo tem feito é a recomposição dos quadros do Estado, destruído no período neoliberal”, afirmou Lambertucci.
Para Haroldo Lima, depois de duas décadas perdidas, voltou-se a discutir e a pensar o desenvolvimento nacional. “Do final da segunda guerra até chegar à década de 80, fomos o país que mais cresceu no mundo. No bojo desse crescimento, deixamos de ser um país agrário para ser industrial. Depois, esse processo foi interrompido. Por isso, a retomada agora é um fato de grande relevância histórica”, disse.
Lambertucci ressaltou ainda os programas sociais para combater a miséria e integrar milhões de brasileiros ao consumo de bens básicos. “Existem setores que tratam programas como o Bolsa Família como se fossem produtores da acomodação e da inépcia no povo, mas na verdade são programas que têm proporcionado a recuperação do mercado interno”. O desafio agora é transformar as conquistas em políticas de Estado. “Está sendo formulado um projeto de Consolidação das Leis Sociais para que as conquistas possam continuar”, concluiu.
O diretor da ANP, após discorrer sobre a descoberta do pré-sal, o modelo de exploração e o marco regulatório propostos para o setor, defendeu o que considera essencial para que um recurso não renovável, caso do petróleo, contribua na sustentabilidade do desenvolvimento. “Os recursos dessa fabulosa riqueza devem ser gastos em coisas ligadas às necessidades do futuro, como educação, infraestrutura, reflorestamento”. Haroldo concordou com a proposta levantada pelo movimento estudantil de reservar 50% dos recursos do Fundo do Pré-Sal para a educação. “Mas tem que fazer barulho. Se não for no grito, com destemor, destemperança, como sempre foi a juventude, não serão ouvidos. Tem que pleitear 50% para conseguir algo próximo a isso”.
PPJ e o marco institucional
O professor Jorge Abrahão, do IPEA, convidado da mesa "As Políticas Públicas de Juventude no Brasil: o legado de uma geração", considerou que os avanços obtidos na implementação das PPJ, a partir de 2005, com a constituição da secretaria e do conselho de juventude, devem ser comemorados. No entanto, Abrahão fez uma analogia com a previdência do trabalhador rural para demonstrar que existe necessidade de garantir tais avanços como políticas de Estado. "A previdência rural, que fez a pobreza cair em 10% no Brasil, está sob ataque há 20 anos. Só não caiu porque está inscrita na Constituição. A vitória de um grupo político só se dá quando sua luta estiver assegurada pela Constituição, pois do contrário um governo qualquer pode mudar a política", disse.
Já Danilo Moreira, secretário adjunto da Secretaria Nacional de Juventude, chamou a atenção das entidades para aproveitarem o momento favorável para aprovar boas iniciativas que estão no Congresso. "Devemos conquistar a institucionalidade das políticas de juventude. A PEC está parada no Senado mesmo sendo quase consenso. Deve-se olhar para as prioridades do movimento de juventude, coordenar as ações. Nossa pauta de hoje é a PEC e o Plano".
Políticas estruturais e específicas
"O governo tem trabalhado a criação de políticas estruturantes junto a específicas. Criam-se universidades públicas e, ao mesmo tempo, políticas como o Pro-Jovem", argumentou Beto Cury, o Secretário Nacional de Juventude, que também reconheceu a necessidade de melhorá-las: "é possível dar mais qualidade [às políticas], além de aumentar a quantidade de jovens atingidos".
Fazendo coro com o reconhecimento dos avanços e cobrando mais, a deputada federal Manuela D`Ávila (PCdoB), salientou que não se pode prescindir dos jovens no desenvolvimento do país. "Não há projeto sólido de desenvolvimento nacional se não levar em conta 50 milhões de jovens, 25% da população, que estão no auge da capacidade produtiva", avaliou. Relatora do Estatuto da Juventude na Câmara, Manu fez questão de ressaltar a mudança de concepções face ao que havia nos governos de FHC. "No governo Fernando Henrique não apenas não havia PPJ. É que não se considerava que o Estado deveria se preocupar com a juventude. Achava-se que o terceiro setor apenas daria conta. Mas política pública é principalmente dinheiro e quem tem recurso para destinar é o Estado".
A interface da sociedade com a formulação das políticas estava representada pelo atual presidente do Conselho Nacional de Juventude, Davi Barros. Ele traçou como uma das grandes metas atuais criar um canal de ligação entre o que é feito na esfera federal e nos estados e municípios. "Temos por objetivo criar uma rede de conselhos para ter intevenção consistente no acompanhamento e controle social das PPJs".
Fernando Borgonovi, diretor de comunicação da UJS
UJS-Sergipe sauda os 30 anos da Juventude Comunista Portuguesa
As organizações de jovens comunistas e unitárias desempenharam importantíssimo papel nos 88 anos de história do Partido. Quando da fundação do PCP em 1921, foi criada a Juventude Comunista (JC), e já depois do golpe militar que viria a instaurar a ditadura fascista em Portugal, é criada a Federação das Juventudes Comunistas Portuguesas (FJCP), que terá um papel muito importante na dinamização da luta juvenil, mais tarde extinta devido às exigências da luta clandestina.
Em 1946 (depois da derrota do nazi-fascismo) surge o Movimento de Unidade Democrática Juvenil (MUD Juvenil), movimento unitário da oposição antifascista com acção legal, e é nesse espaço unitário que os jovens comunistas passam a desenvolver a sua actividade. Durante mais de 10 anos o MUD Juvenil desempenhou um importantíssimo papel no desenvolvimento das lutas e da unidade da juventude trabalhadora e estudantil. A repressão fascista, que progressivamente foi dificultando a sua actuação, determinou a sua extinção.
Em 1969 é criado o Movimento dos Jovens Trabalhadores (MJT), movimento unitário que intervem e organiza a luta dos jovens trabalhadores, e onde os jovens trabalhadores comunistas participam activamente e têm destacado papel na sua direcção.
Já em 1972, e também como consequência das fortes lutas dos estudantes nos anos 60, é criada a União dos Estudantes Comunistas (UEC); em 1975 é criada a União da Juventude Comunista (UJC), que organiza os jovens comunistas trabalhadores; e a 10 de Novembro de 1979, da unificação da UEC com a UJC, nasce a Juventude Comunista Portuguesa (JCP), «organização autónoma dos jovens comunistas, desenvolve a sua actividade, com larga margem de iniciativa e decisão própria, no quadro da orientação política geral do Partido. É sua tarefa esclarecer, unir, organizar e mobilizar os jovens na luta pelos seus direitos e aspirações, pelos interesses dos trabalhadores, do povo e do país, pela liberdade, a democracia, a independência nacional, a paz, o socialismo e o comunismo.» (1)
O que somos?
«A JCP assume-se, pelos seus objectivos, propostas e acção no desenvolvimento do movimento das lutas juvenis, como a organização revolucionária da juventude.» (2)
Desenvolve a sua acção profundamente ligada à realidade, problemas, sonhos e aspirações da juventude portuguesa, tendo como base teórica o marxismo-leninismo, com a finalidade de transformar a vida, acabar com a exploração do homem pelo homem pondo fim ao capitalismo, construir o Futuro, a sociedade socialista, o comunismo e entende que esse objectivo só é possível através da luta organizada.
Somos uma organização juvenil, revolucionária e de massas, que se traduz na ampla camaradagem, na alegria, na criatividade, na fraternidade e solidariedade no trabalho, no aprofundamento do trabalho colectivo, na rápida responsabilização de novos militantes, na grande disponibilidade que muitos camaradas têm para as tarefas, na compreensão alargada sobre o funcionamento democrático da JCP e do PCP, na aproximação e recrutamento de outros jovens.
Transformar a vida...
Apesar das conquistas de Abril, vivemos numa época de retrocessos sociais, em que o capitalismo avança, são muitos os ataques contra os direitos dos trabalhadores e do povo, sendo os jovens os mais afectados. Contudo, a luta e a resistência têm vindo a impedir o aprofundamento das políticas de direita e consequente retirada de direitos.
Hoje, em Portugal, no ensino público aumenta a elitização e caminha-se a passos largos para a sua privatização, abre-se a porta aos interesses do grande capital, ao mesmo tempo que são retirados direitos aos estudantes e se impõem entraves à sua participação, numa clara tentativa de diminuição da democracia nas escolas, aumenta a repressão sobre os estudantes e a ingerência na vida das Associações de Estudantes e outras estruturas estudantis.
No Ensino Secundário, os estudantes encontram um sistema de avaliação injusto e elitizante com os exames nacionais, o Estatuto do aluno, que mais não é que um código penal que visa limitar e impedir a luta dos estudantes, o novo regime de autonomia que institui a figura do director, introduz empresas nos órgãos da escola e retira os estudantes, a privatização dos serviços escolares como cantinas, bares, papelarias e gimnodesportivos, visando apenas a obtenção do lucro e chegando ao cúmulo de os alunos terem de pagar se quiserem jogar à bola depois das aulas, a Lei da Educação Sexual aprovada há mais de 25 anos que ainda não foi implementada nas escolas.
No Ensino Superior, os estudantes deparam-se com um dos mais violentos ataques aos seus direitos. A existência de propinas e o seu constante aumento são factor de elitização; o sub-financiamento por parte do Estado tem outras consequências como o aumento das taxas e emolumentos, a privatização dos bares e papelarias e o consequente aumento dos preços; os problemas materiais e humanos nas escolas, levando a situações escandalosas de degradação de infra-estruturas e ao encerramento de departamentos; os estudantes viram também reduzidas as verbas para a Acção Social Escolar (ASE) tentando empurrá-los para os empréstimos bancários; o Processo de Bolonha reduz as licenciaturas para três anos, permite aumentar para valores exorbitantes as propinas do 2.º ciclo, fechando as portas a quem não pode pagar, criando mão-de-obra menos qualificada, mais barata e facilmente explorável; com o Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) aprofunda-se a privatização do Ensino Superior Público, abrindo a possibilidade da passagem a Fundação de direito privado, acaba-se com a gestão democrática e coloca-se privados nos órgãos de gestão das escolas.
Actualmente, no nosso país, cerca de 23% dos jovens são pobres (vivem com menos de 300€/mês), existem 300 mil jovens desempregados (aproximadamente 20%) e destes 53% não recebem subsídio de desemprego, aumenta a precariedade nas suas variadas vertentes (falsos recibos verdes, trabalho temporário, «estágios», contratos a prazo), com as alterações para pior do Código do Trabalho tenta-se desregulamentar completamente os horários de trabalho, fazendo dos trabalhadores escravos do emprego, sem tempo para a vida familiar e o lazer; tenta-se destruir a contratação colectiva,; atacam-se as organizações de classe dos trabalhadores (nomeadamente os sindicatos da CGTP-IN); os baixos salários mantêm-se, com grande incidência nas novas gerações de trabalhadores; aumenta a exploração, ao mesmo tempo os bancos e as grandes empresas continuam a ter lucros astronómicos, as desigualdades crescem.
A somar a todos os problemas relacionados com o (des)emprego, existe o problema do direito à habitação. Este Governo PS destruiu o único instrumento de apoio ao arrendamento jovem (IAJ), e substituíu-o por outro praticamente inacessível e com graves limitações orçamentais e de obtenção (Porta 65). O elevado valor das rendas praticadas e a falta de apoio ao arrendamento por parte do Estado empurra os jovens para os sufocantes empréstimos bancários que consome uma grande fatia dos seus magros salários. Estes factores impedem a independência e emancipação dos jovens.
Apesar de ser um direito constitucionalmente garantido, o acesso à cultura está cada vez mais elitizado. Os bilhetes para concertos, teatros, cinema ou museus atingem valores muito elevados que dificilmente um jovem pode pagar, ao mesmo tempo, também o preço dos instrumentos musicais, dos materiais, do software, juntamente com a falta de salas de ensaio e de espaços para a apresentação de novos projectos fazem com que a produção cultural não seja para todos, mas só para quem pode pagar.
«Nós atravessamos a história sem negarmos o que somos e o que queremos. Somos comunistas. Queremos corrigir o presente e construir o futuro.» (3)
A construir o Futuro!
Ao longo destes 30 anos foram muitas as lutas travadas pela juventude portuguesa, tendo a JCP e os jovens comunistas um papel insubstituível na sua dinamização e na consciencialização dos jovens para a necessidade da luta.
São exemplos de importantes lutas, as desenvolvidas contra a Prova Geral de Acesso (PGA), a revisão curricular, as propinas, os exames nacionais e provas globais, pela implementação da educação sexual, contra o pacote laboral, pelos direitos dos jovens trabalhadores, pela despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez (IVG), contra a invasão do Iraque e pela independência de Timor.
Muitas destas lutas permitiram travar a ofensiva e outras, permitiram mesmo o avanço nas conquistas e direitos.
Hoje, os ataques aos direitos da juventude não diminuíram antes pelo contrário aumentaram. Também a luta juvenil se mantém e reforça. Este ano foram mais de 60 mil estudantes do ensino secundário em luta. Lutaram e continuaram a lutar por uma educação pública, gratuita de qualidade e democrática para todos, sem exames nacionais, sem o estatuto do aluno, pelo fim progressivo dos «numerus clausus», pela implementação da educação sexual de uma forma interdisciplinar, pela gratuitidade dos manuais escolares e de todos os materiais de apoio, por uma ASE que garanta a todos o acesso, frequência e sucesso no ensino.
Também, este ano, no ensino superior, os estudantes saíram à rua com muita força e lutaram: por um ensino superior público, gratuito, de qualidade e democrático para todos, por uma nova Lei do Financiamento, sem propinas, por mais e melhor ASE, sem empréstimos e que responda às necessidades e permita a todos a frequência em condições de igualdade, pela retirada de Portugal do Processo de Bolonha, pela revogação do RJIES e pela existência de estágios remunerados.
No mundo do trabalho, estamos a viver um tempo de grandes e crescentes lutas com muitos e muitos milhares de trabalhadores em luta, inclusive os jovens. De salientar a manifestação nacional de jovens trabalhadores, dia 28 de Março, Dia Nacional da Juventude, que pelo 4.º ano consecutivo trouxe para rua milhares de jovens trabalhadores em defesa dos seus direitos pela alteração dos aspectos mais negativos do Código do Trabalho e da legislação laboral da Administração Pública, pela passagem a efectivos de todos os trabalhadores que desempenham funções permanentes, pelo fim do trabalho precário, pelo aumento real dos salários, contra a desregulamentação dos horários de trabalho, pelo alargamento dos critérios de atribuição do subsídio desemprego, pelo pleno emprego.
Hoje, como ao longo destes 30 anos de vida da JCP, a luta da juventude portuguesa continua e vai continuar... até à construção do Futuro!
A JCP não pára
A JCP soube, ao longo dos anos, intervir criativamente junto da juventude, utilizando formas originais e próprias da sua condição juvenil.
Através da nossa actividade conseguimos chegar junto dos jovens portugueses de inúmeras maneiras, com objectivo de elevar a sua consciência política e reforçar a influência de valores comunistas entre a juventude.
A JCP desenvolveu recentemente iniciativas de massas e com carácter nacional de que importa ressaltar: a 6ª edição do Torneio AGIT, torneio de futesal da JCP, que decorreu nos meses de Abril e Maio, envolveu mais de 100 equipas e mais de 1200 de jovens atletas femininos e masculinos, em cerca de 45 eliminatórias de Norte a Sul do país pelo direito ao desporto. O concurso para o Palco Novos Valores na Festa do Avante!, concurso único em Portugal e na Europa. Pela continuidade ao longo dos anos [mais de 10 anos], pelo número de eliminatórias realizadas em todo o país, pelo número de bandas envolvidas, pelo espírito de solidariedade e fraternidade que o caracteriza. Este ano existiram cerca de 30 de eliminatórias, participaram mais de 100 bandas envolvendo milhares de jovens tanto a assistir como a tocar. A campanha Cultura Para Todos, desenvolvida junto dos jovens exigindo ao Governo medidas que garantam a democratização do acesso à cultura, quer do ponto de vista da produção cultural, quer da sua fruição. Foram milhares de jovens, entre os quais muitos jovens artistas de diversas áreas, que assinaram o postal em diversas acções como festivais de verão, concursos de bandas, festas populares, bares e outros locais de concentração juvenil. Os milhares de assinaturas recolhidas deram origem a uma petição, obrigando o Parlamento a discutir em plenário as reivindicações dos subscritores. Esta discussão foi possível graças à iniciativa da JCP e dos milhares de jovens que a apoiaram.
Mas a actividade da JCP não se fica por aqui, passa também por debates, pinturas de murais, convívios, jantares, acampamentos, torneios desportivos, torneios de Pro Evolution Soccer e Sing Star na Playstation, etc., iniciativas que servem para reforçar a organização e consequentemente a luta da juventude.
Nota de conclusão: ao longo destes 88 anos de vida do PCP, as várias gerações de jovens comunistas portugueses mostraram estar sempre na vanguarda da luta pelos direitos, sonhos e aspirações dos jovens portugueses. Também a JCP sabe e saberá estar à altura das exigências e vamos com toda a certeza transformar a vida e construir o Futuro!
(1)In Estatutos PCP
(2)In Princípios Orgânicos da JCP
(3)In «Avante!» n.º 1840, Jorge Messias, Religiões
terça-feira, 14 de abril de 2009
UJS Sergipe Lança o seu Informativo
Com o objetivo de despertar os interesses políticos estudantis, a UJS Sergipe começa sua jornada de atividades nessa segunda-feira(06/04/2009), distribuindo jornais nas principais escolas públicas de Aracaju, onde neste, conterá matérias dos 25 anos da UJS, a jornada de lutas da União de Juventude Socialista, a luta pela reserva de vagas consquistada pelos estudantes na Universidade Federal de Sergipe e a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional e o Plano Nacional de Juventude.“Com esse boletim informativo, esperamos que mais estudantes venham construir a história da ujs, participando efetivamente de nossas lutas e batalhas.” Carol (Diretora Estadual da UJS).
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Secretaria de Juventude indica rumos para uma UJS de massas
O PCdoB deu início, neste primeiro bimestre, a uma nova fase em sua atuação juvenil. Depois de realizar o 2º Encontro Nacional Partido e Juventude, a secretaria responsável pela área foca suas ações na preparação dessa frente para importantes eventos que marcam o calendário 2009, como os congressos do partido, o da UNE e o da Ubes, além de incentivar o debate visando as eleições de 2010. Tais aspectos fazem parte de um plano de longo prazo, cujo objetivo é fazer da UJS uma entidade de massas.
O 2º Encontro – realizado entre os dias 13 e 15 de março – procurou discutir um plano de atuação para orientar o trabalho nessa jornada rumo a uma nova União da Juventude Socialista. Superando as expectativas da Secretaria de Juventude, o evento reuniu mais de 100 dirigentes de 18 estados, num debate que convergiu para a necessidade de se inaugurar essa nova fase. “Estamos assistindo a uma espécie de ‘revolução cultural’ em nosso modo de ver e planejar nossa atuação, traçando objetivos estratégicos”, diz Ricardo Abreu, o Alemão, secretário de Juventude do PCdoB.
No entanto, Alemão alertou para a necessidade de haver uma transformação no trabalho das secretarias estaduais. Por isso, já estão sendo articulados seminários locais – que devem acontecer entre abril e setembro – para estruturar as ações de juventude. Dentre as dificuldades apontadas pelo dirigente no âmbito estadual está, primeiramente, uma de ordem geral, que atinge o partido como um todo. “O PCdoB cresceu e tem hoje múltiplas tarefas e desafios políticos enormes, em especial na frente de atuação institucional – que envolve a participação em governos – e parlamentar. Isso tudo exige muito de nossos dirigentes”, explicou. Porém, salientou que “é preciso dosar melhor a pauta dos comitês”. Partindo da compreensão de que estas são áreas prioritárias de atuação, Alemão alerta, no entanto, para a necessidade de se “equilibrar a agenda partidária e distribuir melhor as energias de nossos quadros”.
Outro ponto que destacou como obstáculo a ser superado é a subestimação do papel da secretaria de juventude por algumas direções estaduais. “Estão colocando militantes jovens demais nas secretarias da juventude do PCdoB. E o jovem tem de estar na direção da UJS. Secretaria de Juventude é para quadros mais maduros do partido, com acúmulo suficiente para orientar essa frente”, argumentou.
De acordo com o secretário, “esta é uma tendência recente, que não chegou a prejudicar o trabalho na área, mas trata-se de um problema que precisa ser resolvido a fim de não dificultar o planejamento futuro”.
De fato, o trabalho do PCdoB na juventude continua sendo reconhecido por outras agremiações políticas de dentro e de fora do país. Por isso, no documento apresentado durante o encontro e que em breve deverá ter o crivo da Comissão Política Nacional, um dos pontos que procura desvendar o “segredo do PCdoB na área da juventude” coloca que o partido “valoriza de fato a juventude, encarada como um segmento de grande vitalidade política e ideológica, e como fonte de crescimento e renovação”.
Para o partido, “uma força que do ponto de vista ideológico não valoriza a juventude – tratando os jovens de modo interesseiro e imediatista – não consegue formular propostas que realmente correspondam aos interesses da juventude”. E completa: “o PCdoB é protagonista entre os jovens porque leva a sério o potencial transformador do movimento juvenil, tratando a juventude de maneira avançada, como uma das forças motrizes da transformação”.
Para além do imediato
Um dos pontos que mais chamaram atenção durante o encontro foi a visão futura da juventude defendida pelo PCdoB. O partido planeja pôr em prática, desde já, um projeto que visa aprimorar o trabalho nessa área nos próximos 13 anos. “No rico contexto político que vivenciamos atualmente, não podemos nos bastar com objetivos políticos imediatos e com o alcance de metas numéricas conjunturais. Isso é muito importante, mas é pouco”, diz o mesmo documento. E salienta ainda: “é preciso olhar além, colocando como verdadeiro parâmetro de nosso trabalho um conjunto de objetivos estratégicos, visando a um crescimento mais qualitativo e direcionado. É necessário, para além dos planos anuais e bienais, desenvolver uma visão de médio e longo prazo, capaz de informar os objetivos partidários no trabalho juvenil para os próximos anos e até mesmo até 2022”, quando o PCdoB completará 100 anos”.
Dentro dessa percepção de futuro, Alemão recordou a análise feita pelo presidente do PCdoB, Renato Rabelo, durante o 2º Encontro. “Trabalhadores, estudantes, jovens e intelectuais são setores estratégicos para a revolução brasileira. E o PCdoB tem uma característica fundamental que é a capacidade de atrair jovens e ser contemporâneo. Isso mostra a justeza de nossa política, mas também nossa capacidade em saber trabalhar com a juventude”.
Para ele, outro ponto importante é a força política e ideológica do partido junto a esse público. “Temos na juventude certa reserva ideológica e isso é fundamental porque a transição para o socialismo no Brasil será feita por gerações”.
Plano de atividades
Seguindo esse princípio de construir uma UJS de massas dentro de um plano de longo prazo, a Secretaria de Juventude elegeu como prioritárias, além dos encontros estaduais, os processos de preparação para o 51º Congresso da UNE, entre março e julho, para o 37º Congresso da Ubes, entre agosto e dezembro e para o 12º Congresso do PCdoB, em novembro, juntamente com suas conferências preparatórias, entre julho e setembro e a eleição do Conselho Nacional de Juventude, em dezembro.
Além desses eventos, o plano de trabalho – que também será aprovada em breve – aponta como ações fundamentais acompanhar a campanha dos 25 anos da UJS, em setembro, cujo mote deve ser “Canto a Esperança de um Novo Mundo” e a mobilização da UJS para o 22º Congresso da Associação Nacional Pós-Graduandos (ANPG), através de controle com os comitês estaduais, reuniões partidárias e visitas aos estados.
O documento também destaca a discussão junto à Comissão Nacional Sindical (CNS) da construção de políticas, mecanismos e estruturas que reforcem o projeto partidário para a juventude trabalhadora; o acompanhamento das Políticas Públicas para Juventude em âmbito nacional a partir de Brasília, com destaque para a discussão e votação do Plano Nacional de Juventude, do Estatuto da Juventude e da PEC da Juventude e a elaboração e controle dos projetos de participação nas conferências do governo Lula em 2009.
De São Paulo,
Priscila Lobregatte
Foto: Vitor Vogel
Fonte: Vermelho
Quais os limites da propriedade intelectual?
Em entrevista à Carta Maior, a pequisadora Carol Proner, autora de uma tese de doutorado sobre Propriedade Intelectual e Direitos Humanos, fala sobre o dever constitucional da função social da propriedade e o respeito aos direitos coletivos, hoje ameaçados pela pressão dos países ricos e seus conglomerados econômicos.
O debate sobre a propriedade do conhecimento vem ganhando crescente importância nos fóruns internacionais, em especial nas rodadas de negociação da Organização Mundial do Comércio (OMC), onde o tema da propriedade intelectual industrial tornou-se alvo de acirrada disputa. Trata-se de um tema ainda relativamente desconhecido da maioria da população, embora diga respeito a vários aspectos do nosso cotidiano. Os medicamentos genéricos são, provavelmente, a ponta mais conhecida desse debate, constituindo hoje um sério ponto de divergências entre o seleto clube das nações mais ricas do mundo e o resto dos mortais.
Em entrevista à Carta Maior, concedida por correio eletrônico, a pesquisadora Carol Proner, autora do livro “Propriedade Intelectual - Para uma outra ordem jurídica possível” (Cortez Editora), analisa o atual estágio deste debate, marcado por uma forte pressão dos países ricos pela liberalização do comércio e por uma maior proteção jurídica à propriedade intelectual, incluído as mais diversas áreas do conhecimento.
Doutora em Direito Internacional, pesquisadora da UniBrasil e da Universidade Pablo de Olavide, de Sevilha (Espanha), Carol Proner sustenta em seu livro que “a liberalização acrítica avança em todos os setores do comércio, trazendo conseqüências desastrosas para economias que não possuem estrutura para suportar a concorrência de produtos e serviços”. Neste cenário de subdesenvolvimento e subordinação tecnológica, acrescenta, “a propriedade intelectual industrial cumpre um papel fundamental no sentido de aprofundar as desigualdades tecnológicas”.
Além disso, esse debate está relacionado ao direito de comunidades tradicionais e indígenas, detentoras de rica biodiversidade e conhecimentos tradicionais. Vivendo, na maioria das vezes, em condição de pobreza, essas comunidades não são capazes de defender seus direitos e sofrem a. ameaça do patenteamento desse conhecimento por parte de grandes grupos privados transnacionais, assinala Proner.
Carta Maior: Em que a atualidade do debate sobre a propriedade intelectual coloca em questão as noções tradicionais de propriedade?
Carol Proner: O debate atual sobre propriedade intelectual também é o debate sobre a propriedade tradicional de bens e seus limites: o dever constitucional da função social da propriedade e o respeito aos direitos coletivos. No campo das patentes de invenção, a utilização do conhecimento tradicional de comunidades é alvo de apropriação e especulação sem contrapartida social. A comercialização dos direitos de patentes afeta áreas essencialmente públicas como a saúde humana, tendo nos medicamentos o exemplo mais importante. No caso do direito de autor, a política do commons pode trazer um novo enfoque para aproximar os frutos da obra de seus legítimos criadores e estender os benefícios à sociedade.
CM: Qual a especificidade da propriedade intelectual?
CP: A expressão em si é o oposto, é ampla e abarca os direitos de autor, direitos conexos, marcas, indicações geográficas, desenhos industriais, topografias de circuitos integrados, proteção de informação confidencial, o direito da concorrência e patentes. Também por esta razão torna-se tão complexa a análise das temáticas dentro da grande disciplina “propriedade intelectual” e existem abordagens muito diferentes entre o direito de patentes e o direito do autor. Enquanto este direito está normalmente ligado ao autor e inventor individual ou coletivo, aquele na maioria das vezes envolve grandes empresas transnacionais com resultados econômicos extraordinários. As conseqüências são distintas em cada grande ramo e a abordagem crítica também. Podemos estar falando dos grandes monopólios farmacêuticos ou bioquímicos ou do direito individual e personalíssimo do autor da obra literária e estaremos tratando de propriedade intelectual.
CM: Como o tema da biodiversidade deveria ser abordado num enfoque democrático da propriedade intelectual?
CP: A biodiversidade é um dos temas fundamentais a serem reivindicados atualmente. O direito das comunidades locais, tradicionais e indígenas, detentoras da biodiversidade agrícola e silvestre, e que por condição de pobreza e miséria não são capazes de defender seus direitos. Essas comunidades são detentoras de um patrimônio genético, um conhecimento tradicional extremamente rico e que poderia reverter em benefício para ao menos melhorar as condições de vida dessas populações. O enfoque democrático seria encontrar os meios de estender ou repartir às populações os benefícios da biodiversidade. Uma forma democrática de defender juridicamente este direito é que a concessão de patentes derivadas do acesso a recursos genéticos e conhecimentos tradicionais exija a declaração de origem e o certificado de procedência legal desses recursos, posição defendida pelo governo brasileiro nas negociações internacionais sobre o tema.
A declaração de origem e o certificado de procedência legal informam em que bioma, local e comunidade foi feito o acesso aos recursos genéticos, além de identificar em que condições ele foi realizado e quais informações foram utilizadas para tanto. Os dois documentos podem facilitar a tarefa das populações tradicionais que queiram exigir a repartição dos benefícios de pesquisas ou produtos realizados a partir de seus conhecimentos e recursos.
CM: Qual a novidade dos medicamentos genéricos em relação aos conceitos tradicionais de propriedade?
CP: No Brasil a Lei 9.787/99, de 10 de fevereiro de 1999, define como sendo Genérico o medicamento similar a um produto de referência ou inovador, que se pretende ser com este intercambiável, geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária, comprovada a sua eficácia, segurança e qualidade. Os médicos deverão receitar os medicamentos pelo nome do seu princípio ativo e não mais pelo nome comercial do remédio Trata-se de uma intervenção do Estado com resultados concretos no acesso aos medicamentos, estimulando a concorrência entre fabricantes e reduzindo preços. Nos EUA a prática é utilizada desde 1984 e acarretou redução de até 40% no preço em relação a medicamentos de marca. Uma das formas de adquirir medicamentos mais baratos é permitir a produção local de um remédio patenteado para atender a necessidade interna. A outra forma é a importação do genérico apesar de o composto ter direitos de exclusividade. O tema da importação de medicamentos genéricos pelos países da OMC é objeto de disputa entre países que possuem um forte setor farmacêutico e outros que precisam importar. Os Estados Unidos, a Suíça, a Alemanha, a Grã-Bretanha e outros países ricos insistem em restringir a importação de genéricos a medicamentos para tratamento de doenças infecciosas, como Aids, malária e tuberculose. Os países em desenvolvimento não querem qualquer restrição à importação de genéricos.
CM: Qual o significado dos commons e sua importância?
CP: Os commons têm sido definidos como “espaços institucionais em que podemos praticar um tipo particular de liberdade, a liberdade em relação a restrições que são normalmente impostas pelos requisitos dos mercados”. Esse conceito de Yochai Benkler, professor titular da Escola de Direito de Yale é trabalhado com excelência no livro Comunicação Digital e Construção dos Commons (Editora Fundação Perseu Abramo) do qual também participa Sérgio Amadeu da Silveira trabalhando o tema redes virais e espectro aberto. Não creio que exista consenso acerta da aplicação dos commons, mas é fato que a idéia tem sido conectada a valores de liberdade, criatividade, democracia e mais especificamente ao direito de autor. A expressão suscita controvérsias porque supõe liberdades anárquicas, abertas indiscriminadamente e sem regras. Estes prejuízos tendem a se dissolver com o fortalecimento teórico da idéia de commons e com sua aplicação prática que já acontece fortemente na internet. As práticas de compartilhamento de conteúdos e conhecimento que são experimentadas na internet estão no dia a dia das pessoas, na utilização de serviços de provedores como yahoo, msn, google, youtube, orkut, wikipedia e tantos outros que praticam uma espécie de “espírito da dádiva”, gift economy, estudada por algumas universidades canadenses e americanas. Essa nova mentalidade assusta um pouco, mas traz uma nova forma de pensar o conhecimento e o compartilhamento em sociedade. É um desafio.
CM: Qual tem sido a política do governo brasileiro em relação à propriedade intelectual?
CP: É preciso reconhecer que o Brasil tem conseguido discutir os temas prioritários da propriedade intelectual graças ao posicionamento governamental adotado interna e internacionalmente. A quebra de patentes de medicamento Efavirenz, produzido pelo laboratório norte-americano Merck abriu um precedente internacional que balizou a conduta de outros países. O posicionamento do país com relação à biodiversidade também é inédito comparativamente e creio que o Ministério da Cultura também apresenta novidades quando defende o direito autoral como elemento essencial de uma política cultural: um direito autoral que privilegie o acesso à cultura, à informação e ao conhecimento. A teoria do commons tem muito a dizer nesta seara. O governo tem salientado que se propõe a promover o equilíbrio entre os direitos conferidos pelas leis de direitos autorais e seus titulares e os direitos dos membros da sociedade de terem acesso ao conhecimento e à cultura, de forma que estes direitos efetivamente estimulem a criatividade. Vejo com outro grande desafio porque o tema polemiza com setores artísticos e literários que vêem a política como uma ameaça a seus direitos.
CM: Em que temas prioritariamente os movimentos sociais e a esquerda brasileira deveriam se concentrar na discussão e nas lutas em torno da propriedade intelectual?
CP: O Brasil precisa de massa crítica em todas as temáticas, mas penso que os dois temas mais importantes na atualidade são a biodiversidade e o direito de autor revisitado.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Encontro de Universitários da UJS inicia a “maior mobilização da história dos Congressos da UNE
A União da Juventude Socialista realizou, nos dias 23 e 24 de março, o maior Encontro nacional de Estudantes Universitários de sua história. O evento, que ocorreu na capital de São Paulo, reuniu quase trezentas lideranças estudantis e deu a largada no que pretende ser o maior processo de mobilização já visto para um Congresso da UNE.
Em clima de muita unidade política e de superação, a militância destacou a necessidade de aproveitar o momento político favorável para enraizar a UJS nas grandes universidades, através da realização de milhares de novas filiações e da formação de núcleos.
Crise capitalista em debate
Diler ressaltou as melhores condições acumuladas pelo Brasil para enfrentar a situação, levantou o importante papel que a China tem jogado no mundo, despontando como país em ascensão e que pode emergir mais bem posicionado da crise no jogo de poder mundial e apontou o socialismo como saída de fundo para solução das contradições do sistema capitalista.
O palestrante também se deteve em expor a tática que os comunistas defendem para o momento no Brasil, que prega a conformação de um novo pacto político, através da união entre trabalhadores, movimentos populares, forças progressistas e empresários do setor produtivo em contraponto ao predomínio econômico e político do capital financeiro.
"Temos que formar uma frente ampla para tentar vencer esse pessoal, a partir de um pacto político e social. Assim levaremos enorme vantagem. Dizem que o Brasil tem melhores condições de enfrentar a crise justamente porque não adotou integralmente o neoliberalismo e preservou bancos públicos importantes, estatais importantes, como a Petrobrás. Precisamos unir forças e aproveitar o momento para derrotar o capital financeira e conduzir o país à saída crise”, disse.
Os 25 anos de construção da UJS no Movimento Estudantil
A tarde, os debates recordaram a trajetória de organização dos jovens socialistas no movimento estudantil universitário, abordando acertos e erros e momentos decisivos desses vinte e cinco anos. Os palestrantes foram Ricardo Abreu (Alemão), Júlio Vellozo e Fernando Nindsberg, todos dirigentes da UJS em fases distintas.
Alemão fez um resgate histórico da formação da UJS, sucessora da “Viração” do início dos anos 80, e herdeira do trabalho realizado entre os universitários pela Ação Popular (AP). O dirigente também lembrou a atualidade da sistematização elaborada no 10º Congresso da UJS que elenca dez pontos da concepção dos jovens socialistas sobre a ação no ME.
Para Fernando Nindsberg, os desafios da atual geração são ainda maiores do que os anteriores, pois as necessidades para uma corrente revolucionária são crescentes. Também apontou a capacidade de ser “contemporânea” como uma das razões do sucesso da entidade entre os jovens.
Júlio Vellozo frisou que a ousadia é fundamental para o movimento juvenil, em particular para a ação entre os universitários e lembrou as alterações nas regras eleitorais da UNE, a retomada da sede no Flamengo e a manifestação de 16 de agosto de 2005 como exemplos de coragem política.
A maior mobilização para um Congresso da UNE
A ideia de construir a maior mobilização da história para um Congresso foi amplamente aceita pela militância, o que exigirá dialogar com milhões de alunos durante a campanha e intensificar o trabalho de filiação e organização da UJS durante o processo.
O movimento Da Unidade Vai Nascer a Novidade, lançado pela UJS para o Congresso da UNE, terá o desafio de ultrapassar o número de um milhão de votantes na soma das eleições que realizar para o 51º Congresso da UNE.
“Essa meta não é por acaso, mas por exigência da conjuntura política. Fortalecer a UJS e a UNE é fundamental para conduzir a luta da juventude contra os efeitos da crise, para influenciar e fazer vitorioso um programa de mudanças profundas em nosso país nas eleições de 2010. Mudanças que nos aproximem do nosso objetivo estratégico, que é a construção de uma sociedade socialista”, reforça Marcelo Gavião.
De São Paulo,
Fernando Borgonovi
Conferência Nacional de Educação – qual será o centro do debate?
Márcio Cabral, diretor de movimento estudantil universitário da UJS, escreve em artigo sobre a importância da Conferência Nacional de Educação e do elemento que considera central nos debates educacionais do próximo período: "a ampliação da educação e a sua tarefa pública frente aos interesses privados e fragmentados que permeiam esta discussão".
Leia a íntegra do artigo.
Conferência Nacional de Educação – qual será o centro do debate?
“Qualquer pessoa que se recuse a assumir
a responsabilidade coletiva pelo mundo não deveria ter crianças,
e é preciso proibi-la de tomar parte em sua educação.” (Hannad Arendt)
Hannad Arendt, filosofa alemã, em seu artigo “A crise da educação”, afirmava que ter responsabilidade pelo mundo assume, na contemporaneidade, a forma de autoridade, fato este que deve ser reconhecido para muito além da qualificação ou da capacitação. Talvez esta seja uma das explicações para o atual estado da educação pública brasileira – ausência de autoridade legítima ou total falência da responsabilidade coletiva sobre o ato de educar as novas gerações. E é interessante relacionar este pensamento ao fato histórico da convocação da Conferência Nacional de Educação – Conae, que tem como tarefa central a construção do sistema nacional integrado, além de debater o novo Plano Nacional de Educação – PNE.
O objetivo proposto pela Conae não é nenhuma novidade, pois esta tem sido a pauta principal do movimento progressista em educação no Brasil. É possível identificar na história ressente da República a legitimação de interesses privados em detrimento do bem público, e lógico, que a educação pública também esteve permeada por este enfoque.
Há no sistema educacional brasileiro uma forte contradição. A escola de massas que se consolidou nas últimas décadas permanece distante da formação necessária que o próprio sistema capitalista coloca como condição essencial à formação do homem ativo, produtivo e integrado. Neste sentido, nos ofereceram duas alternativas para elegermos um culpado para o fracasso da educação brasileira. O primeiro trata de responsabilizar a escola, pois diz-se que esta encontra-se despreparada para educar, instruir e profissionalizar. De outro lado, a própria escola trata de culpar a sociedade por esta ter se desresponsabilizado pela educação de seus filhos, ou ainda, de forma mais imediatista, trata de eleger o aluno como desinteressado, incapaz e problemático.
Em meio a tudo isso a questão da autoridade surge como um alerta social capaz de enfrentar esta falsa contradição. A escola tem sido o primeiro canal de relação da criança com o mundo. No entanto, a escola não é, de modo algum, o mundo e jamais deverá sê-lo. Assumir autoridade é um primeiro passo para esse resgate. Como dizia Arendt, “quanto mais radical se torna a desconfiança face à autoridade na esfera pública, mais aumenta, naturalmente, a probabilidade de que a esfera privada não permaneça incólume.” Portanto, é preciso resgatar a autoridade pública frente aos desafios de educar uma nação. Não nos será permitido relegar somente à escola o papel de educar nossos filhos. Para tanto, o Estado (não o governo) deve assumir para si o resgate da autoridade e, assim, ser capaz de responsabilizar também a sociedade para tal.
É nisto que se fundamenta a necessária ação articulada do campo progressista na Conferência Nacional de Educação. Precisamos restabelecer os atores e apontar os papéis corretos para que a educação pública assuma a sua real tarefa, pois é nela que reside “o ponto em que decidimos se amamos o mundo o bastante para assumirmos a responsabilidade por ele”. (Arendt)
Responsabilizar-se é, neste sentido, delegarmos com clareza o papel do Estado, da sociedade e da escola frente à educação e aprendizagem. E isso não será feito se o palco propício para isto se tornar objeto de disputas corporativas incapazes de identificar o centro do embate: a ampliação da educação e a sua tarefa pública frente aos interesses privados e fragmentados que permeiam esta discussão, resgatando o citivas mundi, onde a educação assuma a formação do sujeito “mundanizado”, ativo, liberado de vínculos e ordens e crítico frente aos desafios de seu tempo.
Márcio Cabral, estudante de Pedagogia da UNIFESP e membro da Executiva Nacional da UJS
30 de Março: a juventude não vai pagar pela crise
Nesta segunda feira, 30 de março, os movimentos sociais ocuparão as ruas nos quatro cantos do país para dar o recado: "Essa crise não é nossa! Queremos mais investimentos!". Por indicação de plenária realizada no Fórum Social Mundial, em diversas outras nações acontecerão atividades semelhantes.
"Os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade estarão unidos contra a crise e as demissões, por emprego e salário, pela manutenção e ampliação de direitos, pela redução dos juros e da jornada de trabalho sem redução de salários, pela reforma agrária e em defesa dos investimentos em políticas sociais", diz o texto de convocação do ato unificado.
UJS na linha de frente
A União da Juventude Socialista deve participar de maneira destacada desses atos. Segundo Marcelo Gavião, presidente da nacional da entidade, milhares de jovens socialistas irão engrossar as manifestações.
"Vamos mobilizar toda a nossa militância para esses atos. A situação é grave e não permitiremos que a juventude seja chamada a pagar a conta de uma crise que não é nossa, que foi fabricada pelos especuladores e pelos países ricos", disse.
Gavião também alerta para a necessidade de unir forças para melhor resistir à tormenta. "É hora de união dos movimentos sociais para enfrentar o interesse dos poderosos, que causaram a crise e querem jogar o problema nas costas do povo. Por isso, saudamos a manifestação unitária como um passo importante para resistir e reivindicar uma saída da crise que não penalize o povo".
De São Paulo,
Fernando Borgonovi
Como a pressão da Globo tirou uma emissora da parabólica
Desde o último dia 25 de fevereiro, o canal cearense TV Diário, auto-intitulado “A TV do Nordeste”, teve seu sinal via parabólica tirado do ar. A retirada foi resultado de pressões da Rede Globo junto ao sistema Verdes Mares, do qual a emissora faz parte.
Por Mariana Martins, no Observatório do Direito à Comunicação
Com isso, a oferta da TV Diário, que até então chegava a uma parcela significativa do território brasileiro, ficou restrita apenas ao estado do Ceará. A Rede Globo, em nota, justificou a investida argumentando que ela teve como objetivo harmonizar os sinais de emissoras afiliadas, restringindo-os aos seus territórios de origem.
“A TV Globo, como cabeça de rede da Rede Globo, formada por 121 emissoras, procura harmonizar os sinais de VHF e UHF de forma a que estes fiquem circunscritos a seus territórios de cobertura. Desta forma, em busca de uma harmonia entre todos e pelo respeito recíproco aos interesses, a atuação da TV Diário estará restrita a seu território de cobertura, não sendo mais captada em território de outros afiliados. Seu sinal permanecerá no satélite, cobrindo o estado do Ceará, porém codificado”, diz o comunicado da Rede.
A nota, contudo, não esclarece qual a prerrogativa da cabeça para comandar a harmonização de sinais de emissoras que não estão no seu quadro de afiliadas, como é o caso da TV Diário. Para Bruno Marinoni, mestre em comunicação pela Universidade Federal de Pernambuco e pesquisador sobre as estratégias do Sistema Verdes Mares no mercado cearense, as Organizações Globo tentam confundir o público insinuando que a TV Diário seria parte de sua rede, quando na verdade apenas a TV Verdes Mares faz parte dela .
“Assim, elas misturam suas medidas de ‘padronização’ das afiliadas com a pressão que vêm fazendo para minar as possibilidades de expansão de um concorrente no mercado nacional”, diz o pesquisador. O que se revela nesse processo, completa, “é a luta selvagem e desigual entre duas empresas em que a mais fraca baixa a cabeça e segue em frente numa ‘cooperação constrangida’”.
Disputa concorrencial
O vertiginoso crescimento da aceitação da TV Diário a partir de sua entrada no sinal via antena parabólica deixou em alerta a Rede Globo, histórica aliada do Sistema Verdes Mares de Comunicação, grupo responsável pelas gestão da TV Diário.
De acordo com o blog Vi o Mundo, do jornalista Luiz Carlos Azenha, teria havido uma ameaça de quebra de contrato por parte da Rede Globo com a TV Verdes Mares, caso o grupo responsável pelo seu controle, Edson Queiroz, continuasse a tentar expandir o alcance da TV Diário para além do Ceará.
Bruno Marinoni pondera, no entanto, que a polarização entre a Rede Globo e a TV Diário não deve ser vista como um embate entre lógicas nacionais e regionais, mas como uma disputa empresarial motivada pela lógica da mercadoria que elas imprimem à comunicação. “Nesse caso a liberdade de empresa precede em relação ao direito à comunicação, pois são duas empresas com poderes diferentes e todas duas tomaram a decisão política de garantir a manutenção do seu faturamento em detrimento da manutenção da abertura para a diversidade”, comenta.
Apesar de uma programação totalmente produzida localmente, a TV Diário não está imune às críticas acerca de seus conteúdos. A emissora foge da simples retransmissão de programas nacionais, mas essa opção está longe de representar uma ruptura com o modelo de programação e linguagem das redes nacionais. Além de atrações policialescas e sensacionalistas que viraram moda nas principais emissoras do nordeste, a emissora representa de maneira distorcida até o público que advoga privilegiar, o nordestino.
“A bandeira do regionalismo que é levantada pela TV Diário só é válida até o momento que isso não ameace o seu faturamento, serve apenas como mote para explorar um nicho de mercado”, denuncia Marinoni.
Parabólica ilegal
Para Gustavo Gindre, Coordenador do Instituto de Estudos e Projetos em Comunicação e Cultura (INDECS) e membro do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, mais do que a tomada de lado entre uma ou outra emissora, o caso em questão enseja uma discussão anterior sobre a legalidade das transmissões via antena parabólica.
Segundo Gindre, não existe uma outorga para este tipo de transmissão. Estas antenas, acrescenta, deveriam servir apenas às retransmissoras regionais para que as mesmas pudessem captar os sinais enviados por satélite pelas geradoras nacionais. Contudo, por uma deficiência do sistema de radiodifusão que não consegue chegar em todo território nacional, começou-se a explorar a captação via antena parabólica.
“Todo mundo que usa a banda C da parabólica, essa que chega na casa das pessoas, está praticando um ‘roubo’ de sinal. Mas como o número de pessoas que precisam deste tipo de antena para receberem o sinal em casa é muito expressivo, esta prática acabou por ser legitimada. Agora, a própria Rede Globo produz programação específica para esse tipo de sinal, como no caso do jornal Brasil TV”, analisa.
A inexistência de leis atuais para a regulamentação do setor, lembra ainda o pesquisador, facilita que as emissoras atuem e que estas práticas acabem se tornando fato consumado, como é o caso das transmissões via parabólica, que agora já são até objeto de disputa no mercado.
“A TV do Nordeste"
A TV Diário iniciou suas transmissões em julho de 1998, com a proposta de, segundo a sua página eletrônica, “mostrar o Nordeste com uma linguagem coloquial e um pouco distante dos ditames formais e pré-estabelecidas de outras emissoras; uma linguagem inovadora e diferente e que traduzisse a cultura e as necessidades do povo nordestino”.
A programação da emissora, com produção exclusivamente cearense e com apelo nordestino, acabou por preencher a lacuna da ausência de conteúdos regionais criada pelo modelo de redes nacionais, calcado nas produções realizadas pelo eixo Rio-São Paulo. Segundo pesquisa realizada pelo Observatório do Direito à Comunicação [veja aqui ], são veiculados pelas emissoras brasileiras uma média de apenas 10,83% de programas regionais nas grades de programação.
O Sistema Verdes Mares, controlador da TV Diário é o maior conglomerado de comunicação do estado. Faz parte de seus empreendimentos de comunicação: um jornal impresso, o Diário do Nordeste; duas emissoras de televisão, uma em VHF e outra em UHF, a TV Verdes Mares e a TV Diário, respectivamente; três rádios, sendo duas FMs (uma no Recife e outra em Fortaleza) e uma AM, e um portal na internet.
A relação deste conglomerado de mídia regional com as organizações Globo se deu desde quando a primeira emissora de televisão do grupo, a TV Verdes Mares, tornou-se afiliada da TV Globo. Ao contrário da TV Diário, a TV Verdes Mares tem pouca produção local e transmite durante maior parte da sua programação a grade nacional da Vênus Platinada.
UJS quer mobilizar 1 milhão para o próximo Congresso da UNE
UJS quer mobilizar 1 milhão para o próximo Congresso da UNE
O movimento “Da Unidade Vai Nascer a Novidade”, lançado pela UJS para o Congresso da UNE, terá o desafio de ultrapassar o número de um milhão de votantes na soma das eleições que realizar para o 51º Congresso da UNE.
“Essa meta não é por acaso, mas por exigência da conjuntura política. Fortalecer a UJS e a UNE é fundamental para conduzir a luta da juventude contra os efeitos da crise, para influenciar e fazer vitorioso um programa de mudanças profundas em nosso país nas eleições de 2010. Mudanças que nos aproximem do nosso objetivo estratégico, que é a construção de uma sociedade socialista”, reforçou Marcelo Gavião, presidente da UJS.
A crise econômica foi tema de destaque do encontro da UJS. Segundo Dilermando Toni (Diler), convidado para apresentar o debate no encontro e membro do Comitê Central do PCdoB, o Brasil tem as melhores condições acumuladas para enfrentar a situação. Ele levantou o importante papel que a China tem jogado no mundo, despontando como país em ascensão e que pode emergir mais bem posicionado da crise no jogo de poder mundial. Para ele, o socialismo é a saída de fundo para solução das contradições do sistema capitalista.
O palestrante também se deteve na tática que os comunistas defendem para o momento: a conformação de um novo pacto político. "Temos que formar uma frente ampla a partir de um pacto político e social. Assim levaremos enorme vantagem. Dizem que o Brasil tem melhores condições de enfrentar a crise justamente porque não adotou integralmente o neoliberalismo e preservou bancos públicos importantes, estatais importantes, como a Petrobras. Precisamos unir forças e aproveitar o momento para derrotar o capital financeira e conduzir o país à saída crise”, disse.
25 anos da UJS no ME
A tarde, os debates recordaram a trajetória de organização dos jovens socialistas no movimento estudantil (ME) universitário, abordando acertos e erros desses 25 anos. Os palestrantes foram Ricardo Abreu (Alemão), Júlio Vellozo e Fernando Nindsberg, todos dirigentes da UJS em fases distintas.
Abreu Alemão fez um resgate histórico da formação da UJS, sucessora da “Viração” do início dos anos 80, e herdeira do trabalho realizado entre os universitários pela Ação Popular (AP). O dirigente também lembrou a atualidade da sistematização elaborada no 10º Congresso da UJS que elenca dez pontos da concepção dos jovens socialistas sobre a ação no ME.
Para Fernando Nindsberg, os desafios da atual geração são ainda maiores do que os anteriores, pois as necessidades para uma corrente revolucionária são crescentes. Também apontou a capacidade de ser “contemporânea” como uma das razões do sucesso da entidade entre os jovens.
Yeda, a pior governadora do país, enfrenta novos protestos
Acima, Porto Alegre, abaixo, Pelotas: Yeda treme
Na capital, os estudantes partiram do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, no bairro Santana, percorreram as avenidas João Pessoa e Salgado Filho, e chegaram em frente ao Palácio Piratini, no Centro. “Foi uma grande vitória na nossa primeira manifestação pública na volta das caras pintadas reunir este grande número de pessoas”, afirmou Juliano Medeiros, diretor de movimentos sociais da UNE, presente na manifestação.
Conforme Juliano, a caminhada marcou a apresentação à sociedade de uma carta, assinada por mais de 20 entidades estudantis, que pede a apuração das denúncias contra a tucana e exige sua saída imediata do executivo estadual. O documento foi entregue ao presidente da Assembléia Legislativa, deputado Ivar Pavan (PT), no último dia 5, dia que também marcou o lançamento da campanha “Caras pintadas, Ella não pode continuar”.
A carta foi lida parcialmente durante o percurso por líderes estudantis que se revezavam ao microfone. A pesquisa Datafolha também foi mencionada. Os manifestantes carregavam cartazes e algumas bandeiras de partidos de esquerda, e tinham adesivos Fora Yeda colados nas camisetas. A população nas ruas manifestava apoio ao protesto.
Chega de impunidade
O estudante de jornalismo da UFRGS, Rodolfo Mohr, expressou a opinião dos estudantes. “O Rio Grande do Sul está há 40 dias incomodado com o sigilo de justiça, com a falta e com a morosidade dos órgãos que deveriam apurar as denúncias e nós exigimos uma resposta contundente da governadora. Do contrário, o Fora Yeda vai tomar um corpo cada vez mais unificado, com comitês nas universidades, nas escolas e por todo o Rio Grande do Sul.”
Na quarta-feira (25), os estudantes reuniram-se com a Ordem dos Advogados do Brasil para entregar um manifesto e tratar das denúncias contra a governadora. Na reunião, os estudantes também pediram acompanhamento da Comissão de Diretos Humanos da OAB para as mobilizações.
Na próxima segunda (30), novas manifestações devem acontecer pelo estado. A data marca um período de mobilizações mundiais, convocadas pelo Fórum Social Mundial de Belém, em defesa dos direitos e do emprego dos trabalhadores diante da crise econômica. Além de Porto Alegre, outras capitais deverão sair à ruas. Em São Paulo, as seis centrais sindicais, além de outros movimentos sociais, convocam a manifestação.
Yeda em último lugar
Escândalos sucessivos, medidas impopulares e uma oposição incansável são as razões apontadas por aliados para Yeda ficar com a avaliação mais baixa entre 10 governadores avaliados na pesquisa do Datafolha. No estudo divulgado, o governo Yeda obteve nota 4,3. A pesquisa foi realizada entre 16 e 19 de março.
“Há clara e evidente vontade de denegrir a imagem da governadora”, disse o aliado e deputado federal Claudio Diaz (PSDB). Já a oposição considera natural o desempenho do governo na pesquisa. “Yeda está em 10º lugar porque só pesquisaram 10 governadores. Caso contrário, estaria na 27ª posição”, disse o deputado Raul Carrion (PCdoB).
Aracaju: crise financeira demanda cuidados com orçamento
Técnicos alertam para a necessidade de maior precaução com as contas públicas, principalmente diante da constatação de queda na arrecadação de impostos. Para garantir o cronograma de obras, investimentos e serviços previstos para 2009, assim como a população, a Prefeitura de Aracaju tem contingenciado os gastos com custeio.
De acordo com o relatório do balanço financeiro do primeiro bimestre da Prefeitura, a queda na arrecadação municipal continua. As bases preliminares de análise da receita total do município nos dois primeiros meses deste ano indicam uma queda de 2,98% em relação ao mesmo período de 2008.
De acordo com nota publicada na Folha Online, a segunda parcela de março do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), repassada pelo Governo Federal na última sexta-feira, aprofundou o quadro de adversidade para mais de 80% dos municípios do país, que têm no FPM sua principal fonte de recursos.
O valor repassado pelo Governo Federal foi 14,4% abaixo da previsão do Tesouro, o que aponta para um fechamento do mês de março com queda maior que os 18% inicialmente estimados. No Norte e Nordeste, há cidades que não receberam nenhum centavo.
Economia doméstica
Com receio de que a crise financeira mundial afete a economia doméstica, a população aracajuana tem evitado os gastos com produtos considerados supérfluos e deixado de realizar compras a prazo. Segundo a dona de casa Maria Silvia Prado, para tentar evitar problemas com o equilíbrio do orçamento na casa da família, as dívidas em longo prazo estão suspensas por tempo indeterminado.
"Além de não nos comprometermos com compras parceladas por muito tempo, temos cortado tudo o que não nos parece imprescindível. Como temos três filhos, evitar esses gastos é muito difícil. Já cheguei até a substituir marcas de produtos que estava acostumada a comprar por outras mais baratas para tentar economizar", conta.
Comércio
Para Marcos André Moreira, gerente de uma loja de móveis e eletrodomésticos do Centro de Aracaju, a crise financeira já vem surtindo feito desde o período natalino. Segundo ele, o mês de dezembro, que costuma acumular grande volume de vendas, foi o pior dos últimos tempos.
"Infelizmente, por causa da crise, no mês de janeiro chegamos até a demitir alguns funcionários para reduzir as despesas com o pessoal. Apesar de as vendas terem começado a aumentar da última quinzena de fevereiro para cá, não estamos deixando de nos preocupar
Finanças públicas
Assim como a população, a Prefeitura de Aracaju também tem adotado medidas para evitar os efeitos da crise. No ano de 2008, o município de Aracaju investiu R$ 82 milhões em obras de melhoramento da cidade, dos quais R$ 33 milhões foram provenientes de recursos próprios, fruto da arrecadação de impostos. Com o cenário favorável, algumas negociações salariais foram realizadas, as quais hoje representam um gasto 14% maior com pessoal, em relação ao mesmo período do ano passado. Além disso, houve o descongelamento da tabela de salários dos servidores, que estava em vigor há 20 anos.
Segundo o secretário municipal de Finanças de Aracaju, Jeferson Passos, perante a perspectiva de crise anunciada no final de 2008, com a queda real 3,6% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, a PMA passou a seguir uma política de contenção e desacelerou os gastos com custeio. Quando foi detectada queda na arrecadação, ainda no mês de janeiro, medidas de contingência foram adotadas para a diminuição dos gastos. "Foi contigenciado algo em torno de 8,5% das despesas correntes, o que significa R$ 78 milhões que não iremos ter de receita", relata.
domingo, 22 de março de 2009
Frases Revolucionárias
"Ser jovem e não ser revolucionário é uma contradição genética."
"Devo dizer, correndo o risco de parecer ridículo, que o verdadeiro revolucionario é movido por sentimento de amor."
"A argila fundamental de nossa obra é a juventude. Nela depositamos todas as nossas esperanças e a preparamos para receber idéias para moldar nosso futuro "
"Vale milhões de vezes mais a vida de um único ser humano do que todas as propriedades do homem mais rico da terra."
"É preciso endurecer, sem perder a ternura, jamais."
"Quando o extraordinário se torna cotidiano, é a revolução."
"Nós, socialistas, somos mais livres porque somos mais completos; somos mais completos por sermos mais livres."
"Se você é capaz de tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros."
A Argentina enfrenta os barões da mídia
Nas próximas semanas o governo da presidente Cristina Kirchner, da Argentina, vai enfrentar um dabate de grandes dimensões no qual, com certeza, a fúria dos barões da mídia vai se manifestar com uma intensidade maior do que a usual. O motivo: ao enviar ao parlamento um projeto de lei sobre a comunicação social, a presidente se contrapôs diretamente aos interesses daqueles monopolistas que, desde a ditadura militar, há quase trinta anos, manipulam a opinião pública de acordo com suas conveniências - e que hoje estão na oposição ao governo, saudosos dos privilégios que tinham no tempo dos generais presidentes.
São grupos poderosos. Somente quatro ''famílias'' controlam 83% da mídia - uma situação paralela à do Brasil, onde a comunicação é comandada por sete ''famílias''. O grupo do jornal Clarin, que foi um dos principais apoiadores da ditadura militar - repetindo papel semelhante ao desempenhados jornalões brasileiros, com detaque para a Folha de S. Paulo - tem metade do mercado de televisão paga, além de abocanhar grande fatia do mercado de jornais impressos e ter forte presença na internete, rádio e TV aberta.
Ao tomar esta iniciativa, Cristina Kirchner se coloca na vanguarda latino americana pela democratização dos meios de comunicaçã, à frente inclusive do Brasil, onde a prometida Conferência Nacional de Comunicação encontra resistências do tamanho dos gigantes monopolistas da mídia e sua feroz oposição a qualquer medida de abertura no setor.
É uma atitude ousada e corajosa, que a presidente da Argentina justifica como o atendimento de uma ''dívida da democracia”. A lei, disse ela, é “para que todos possam pensar por si mesmos e não como indicam uma rádio ou um canal de televisão... Os bens de caráter social não podem ser monopolizados por um setor ou por uma empresa que acreditam ser os donos da expressão de todo um povo”.
O projeto limita em 35% a concentração na TV a cabo e reduz de 24 para 10 o número de concessões por empresa. O importante é que reserva um terço do espectro da radiodifusão para entidades sem fins lucrativos, como os sindicatos, entre outras medidas democratizantes. Além disso e, principalmente, antevendo as poderosas pressões dos monopolistas da mídia contra sua aprovação pelo parlamento, determina que o projeto seja submetido a uma ampla consulta pública durante 90 dias antes de ir à votação. Esta é uma maneira de envolver em seu debate a sociedade e as entidades representativas do movimento social, para fortalecer a proposta.
Sergio Fernández, diretor da agência oficial de notícias argentina, diz que o projeto “representa um fato histórico e um passo fundamental para que os argentinos vivam numa verdadeira democracia''. Precisamos, justifica, ''viver numa sociedade aonde não exista censura e não há pior censura que a dos monopólios''.
Ele tem razão, e é por isso que a proposta da presidente Kirchner merece apoio de todos os democratas. Quebrar a concentração dos meios de comunicação é uma exigência da democratização mais profunda da sociedade, fortalecendo a participação popular e colocando limites ao poder desmedido do grande capital e das empresas monpolistas.
Altamiro Borges: a democratização da mídia… na Argentina
Numa atitude ousada e corajosa, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, resolveu enfrentar a ditadura midiática. Enviou ao parlamento um projeto de lei dos serviços de comunicação social para substituir a lei da radiodifusão imposta pelo regime militar (1976-1983). Ao anunciá-lo, ela afirmou que o projeto “é uma dívida da democracia”.
Por Altamiro Borges, em seu blog
Conforme explicou, a lei é “para que todos possam pensar por si mesmos e não como indicam uma rádio ou um canal de televisão... Os bens de caráter social não podem ser monopolizados por um setor ou por uma empresa que acreditam ser os donos da expressão de todo um povo”. Cristina Kirchner parecia se referir ao Brasil!
Entre outros avanços, o projeto limita em 35% a concentração no ramo de TV a cabo; reduz de 24 para 10 o número de concessões por empresa; reserva 33% do espectro da radiodifusão para as entidades sem fins lucrativos, inclusive sindicatos; fixa um calendário de “eventos de interesse público” para transmissão obrigatória; cria o Conselho Multisetorial e Participativo, composto por acadêmicos e entidades populares; apóia a produção local mediante cotas de exibição; fomenta a produção de conteúdos educativos e infantis; estimula a rede pública de comunicação; determina as audiências públicas para renovação de concessões e uso das tecnologias digitais.
Apoiador da ditadura, Clarín estrebucha
Como relata Emir Sader, que participa de um seminário em Buenos Aires, “a mídia privada, que conviveu tranquilamente com a lei imposta pela ditadura, já começou uma nova campanha contra o governo, acusando-o de ‘totalitário’ e de querer controlar a ‘imprensa livre’ – autodenominada por eles mesmos, os poucos grupos controlados oligarquicamente por poucas famílias, que se julgam no direito de definir quem é democrático. A proposta argentina é uma decisiva contribuição para a democratização na formação da opinião pública e, por isso mesmo, será alvo dos violentos ataques da mídia, que promoveu o golpe militar de 1976 no país e apoiou a ditadura militar”.
O sociólogo lembra que o jornal Clarín, que hoje faz oposição à presidente Cristina Kirchner, foi um dos principais apoiadores da ditadura militar. Já no fim do reinado do general Rafael Videla, ele publicou: “Ao final de cinco anos há um saldo de ordem, segurança e paz imposta pela força militar... Videla volta a seu lar acompanhado pelo respeito e consideração dos que reconhecem sua honestidade e seu patriotismo”. Hoje, o general-torturador é execrado pela sociedade e sofre vários processos. O grupo Clarín prosperou na ditadura e atualmente é dono de 50% do mercado de TV paga e jornais, além de participações na internet, rádios e canais abertas. No ano passado, ele foi o principal porta-voz do locaute dos barões do agronegócio contra o governo Kirchner.
“Pior censura é a dos monopólios”
O novo projeto de lei significa um duro golpe no poder monopolizado e manipulador do Clarín e das outras três famílias que controlam a mídia no país. Como afirma Sergio Fernández, diretor da agência oficial de notícias, “ele representa um fato histórico e um passo fundamental para que os argentinos vivam numa verdadeira democracia. Necessitamos viver numa sociedade aonde não exista censura e não há pior censura que a dos monopólios. Na construção da subjetividade humana, poucas coisas são tão antidemocráticas como a dos grandes meios de comunicação. Em nosso país, apenas quatro grupos são responsáveis pela edição e distribuição de 83% dos conteúdos informativos. Eles exercem uma influencia determinante na disputa dos sentidos”.
Conforme alertou, o debate sobre a nova lei deverá contagiar a sociedade nas próximas semanas. O texto será submetido à consulta pública por até 90 dias antes de ir à votação no parlamento. O governo conta com o apoio de importantes entidades populares, como a ONG Mães da Praça de Maio, e de várias rádios e televisões comunitárias. Já os barões da mídia se encontram divididos, numa disputa fratricida entre os donos da radiodifusão e as empresas de telefonia, que desejam entrar neste mercado lucrativo. Apesar desta fratura, os jornalões e as emissoras de TV prometem dar dor de cabeça à presidente Cristina Kirchner. A manipulação será violenta.
Debate empacado no Brasil
Enquanto o debate sobre a democratização dos meios de comunicação avança na Argentina, no Brasil o status quo se mantém inalterado. Durante o Fórum Social Mundial, realizado em Belém (PA) no final de janeiro, o presidente Lula finalmente anunciou a convocação da Conferência Nacional de Comunicação. A notícia foi festejada pelos ativistas que lutam contra a ditadura midiática no país. Até agora, porém, a portaria convocando o evento não foi publicada. Há boatos de que o atraso se deve à feroz disputa sobre os rumos da conferência – temário e comissão organizadora –, com divergências no próprio governo e entre as poderosas empresas da área.
O atraso confirma que a conferência será alvo de intensa disputa. Como aponta Renata Mielli, no seu blog Janela sobre a palavra, há muitos inimigos de um debate democrático sobre este tema – a começar do representante da TV Globo “sentado na cadeira do Ministério da Comunicação... Os tubarões da mídia, preocupados em ver o seu castelo ser ameaçado, já se preparam para participar dos debates com o intuito de minimizar possíveis avanços no sentido da ampliação da participação da sociedade. Da nossa parte, fica a necessidade de ampliar a mobilização dos mais amplos setores para participarmos da conferência que é nevrálgica para o avanço da democracia. Uma vez que, infelizmente, Lula não tem a mesma ousadia de Cristina Kirchner”.