Oposição a Berlusconi protesta durante votações no Parlamento
Roma e outras cidades foram palco de atos contra o primeiro-ministro.
Vitorioso no Senado e na Câmara, premiê garantiu continuidade no poder.
Vitorioso no Senado e na Câmara, premiê garantiu continuidade no poder.
Um grupo de estudantes, trabalhadores e outros opositores do primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, jogou tinta e bombas de fumaça contra os edifícios do Parlamento, em Roma, enquanto os deputados votavam uma moção de não-confiança no governo nesta terça-feira (14).
A moção foi derrotada por apenas 3 votos de diferença, resultando em uma vitória para Berlusconi. Se aprovada, ele poderia ter de deixar o cargo e antecipar as eleições parlamentares.
Durante a votação, os manifestantes contrários ao governo e à sua reforma universitária se reuniram em praças, agitando bandeiras. Em alguns lugares, grupos entraram em choque com a polícia antidistúrbios, que isolou o centro de Roma.
Houve protestos também em outras cidades da Itália.
Em Palermo (Sicília), mais de 500 estudantes bloquearam por alguns instantes o aeroporto ao ocupar a pista de aterrissagem e exibir um cartaz onde se podia ler: "Vamos bloquear tudo, vão todos embora". Nenhum avião pôde aterrissar ou descolar, segundo a empresa que gerencia o aeroporto.
Outros estudantes tomaram estações ferroviárias interrompendo o tráfego dos trens, antes de se dirigirem para o porto.
Em Milão (norte), 50 estudantes invadiram a sede da Bolsa de Valores e exibiram o cartaz dizendo "Vocês são um bando de especuladores racistas, e tem que nos dar dinheiro". Quando foram expulsos do prédio, começaram a jogar pedras e a gritar contra a reforma.
As manifestações provocaram também engarrafamentos em outras cidades, como Cagliari (Sardenha, norte) e Bari (sul).
A reforma da universidade prevê a fusão dos estabelecimentos menores, o acesso aos conselhos de administração de especialista externos ao mundo acadêmico e a redução dos mandatos dos reitores. Segundo seus detratores, as medidas buscam principalmente a poupança.
Fonte: G1